cidade em imagens

Olá!

Nesta página você poderá conferir fotos da cidade, ou de cidades, que foram mote de inspiração para alguns poemas dos participantes di Tantas Letras! Confira, clique nas imagens para ampliar e inspire-se!
 


            È que as vezes as árvores caem
            Nas costas da própria sombra
            E perecem no escárnio do vir a ser
            Lenda, conto e massacre
                                  
                        È que as vezes as balas rodopiam
                         Assobiando canções
                        Anjos, reféns da fé
                        Prisioneiros da queda

                                 E as vezes no cultivo do bem
                                 Pode-se colher lágrimas
                                 Gotas de poço
                                Esquecido e sujo.

E as vezes a música está tão alta
Que os ouvidos sangram
Palavras manchadas
Na surdez do abandono.

(Jémina Diógenes)





 
PROGRESSO VAZIO

As águas que correm já não são tão puras
E o homem não quer saber se um dia foram puras
Prefere fazer projetos para o futuro
Te deixando morrer obscuro
Falam a quem devemos ferir
A quem devemos sorrir
Se esquecem da natureza
E de si próprios com certeza
Não chore meu pequeno rio
Eles te esquecem mas vão sofrer
Com este progresso vazio
Foto: Adilson Vieira
(Adilson Vieira)




Foto: Bruno Oliveira



Sua mãe sonhou:
Será bailarina! Calçará
sapatilhas cor de rosa
saia, passos de ponta
e dançará
no municipal!

Dormirá sobre penas
            de ganso,
princesa que era!

Palmilhou, palmilhou.

Tropeçou nas pedras
(da calçada)
que dançaram mais,
mais forte.

E os gansos viraram só
pena.

(Letícia Mendonça)


Foto: Bruno Oliveira


O sol da cidade

A cidade está desperta
E, rosto sob a coberta
Aproveitas o último segundo
Do sonho que será esquecido
No instante advindo

É quando terás que enfrentar
O sol a iluminar
O teu rosto rugado
O teu corpo cansado
Os teus pés disfarçados

Disfarce de bailarina
Que o sol, impassível, ilumina
Deixando também entrever
Para poucos olhos
A foto do vilão sob a menina

(Airton Mendes)




Foto: Bruno Oliveira


CABEÇA DE CÂMERA
OLHOS DO MUNDO
 MONSTRO MEDONHO
 APENAS A CÂMERA
 SEU TONHO!

 (Rogério Cabeça)


Foto: Bruno Oliveira




Lixo reciclável

Quem sabe 
adubo de semente
que crescida
melhore esta terra

(Airton Mendes)

Foto: Bruno Oliveira

Chororó


E a criança não dorme...
Esperneia, choraminga, implora...
Quer seu vício de volta
Nova? Não adianta
Não tem o mesmo sabor.
Cantigas de ninar?
Para... Corre lá procurar.
Num canto qualquer
Das ruas imundas
Está aquele objeto plástico
Maleável, flexível
Que a seduz...
Cheia de cheiro, fantasias e degustes
se perdeu
Só ela entende, sonha...
Sabe que a satisfaz.
E  está ali perdida
próxima a sarjeta...
sua companheira de ninar...

(Sueli Rodrigues)




 
Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


PRISIONEIROS


Assim:
por trás da fortaleza de cones roliços

Vejo a cidade passar rapidamente:

Em cada veículo: um sonho
Em cada coletivo: muitos sonhos
Em cada  vão vazio  da avenida:
Uma passagem para a imaginação...
E tantas e tantos passam por ali
Mistérios, segredos, medos e ilusões
Desfilam e nem notam
Que do alto 
Alguém observa.
Tudo vê... Tudo sente...
E tenta,
De alguma forma
Aliviar a tensão do dia...


(Sueli Rodrigues)




Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira



VINTÃO

A coroa
ri à toa
A Ina
não termina
A Pati
apática
e a Adri
diz que pareço padre

Ai meu Deus
com quem?
Ih! Não dá mais
Não tenho os vinte reais!

(Airton Mendes)




Foto: Bruno Oliveira


Foto: Bruno Oliveira